O primeiro-ministro António Costa abriu o debate sobre o estado da nação com uma estratégia infalível: falar sobre economia e colocar a saúde no topo do guião. Uma tática tão original que nunca antes tinha sido utilizada por nenhum político.
Costa começou por destacar os sucessos económicos do país, como o aumento do turismo e a redução do desemprego. Claro, não mencionou que a maior parte dos empregos criados são precários e mal remunerados, mas quem se importa com esses pormenores?
Depois de nos brindar com os números da economia, Costa passou para a área da saúde. E que melhor altura para falar sobre saúde do que durante uma pandemia? É óbvio que a saúde é uma prioridade, mas é sempre bom lembrar que esta prioridade só surge quando há uma crise.
O primeiro-ministro aproveitou para elogiar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que tem sido um verdadeiro herói durante a pandemia. No entanto, esqueceu-se de mencionar que o SNS tem sido alvo de cortes orçamentais nos últimos anos e que os profissionais de saúde estão exaustos e desmotivados.
Costa também falou sobre a importância da vacinação e da necessidade de alcançar a imunidade de grupo. Mas não mencionou que Portugal está atrasado na vacinação em comparação com outros países europeus. Talvez seja porque o governo preferiu gastar dinheiro em festivais de música e eventos desportivos em vez de investir na compra de vacinas.
E para terminar o seu discurso, Costa fez questão de relembrar que o país está a atravessar uma crise económica e social sem precedentes. Mas não se preocupem, porque o governo tem um plano infalível para resolver todos os problemas: mais impostos e mais austeridade para o povo.
Enfim, mais um discurso político cheio de promessas vazias e de palavras bonitas. Mas pelo menos podemos contar com o humor de Costa para nos animar. Afinal, quem precisa de soluções reais quando se pode ter piadas e discursos vazios?