O Banco de Portugal anunciou recentemente uma revisão das taxas de esforço para o crédito à habitação, com o objetivo de aumentar o acesso dos portugueses a esta modalidade de financiamento. Mas será que esta medida vai realmente ajudar os cidadãos ou é apenas mais uma piada de mau gosto?
Segundo o Banco de Portugal, a revisão das taxas de esforço vai permitir que mais pessoas consigam obter um empréstimo para comprar casa. Afinal, quem precisa de uma taxa de esforço realista quando se pode ter uma taxa de esforço "à lá carte"?
A ideia é simples: se antes era necessário ter um rendimento estável e uma capacidade de pagamento adequada para conseguir um empréstimo, agora basta ter um sorriso bonito e um bom discurso de vendas. Afinal, quem precisa de dinheiro quando se tem um charme irresistível?
Esta medida do Banco de Portugal é, sem dúvida, uma forma inovadora de lidar com a crise habitacional que assola o país. Em vez de investir em políticas de habitação social ou em soluções sustentáveis, o Banco de Portugal prefere apostar na ilusão de que todos os portugueses podem ter uma casa própria, mesmo que isso signifique viver numa bolha de crédito que, eventualmente, irá rebentar.
É verdade que a revisão das taxas de esforço pode parecer uma medida simpática, mas a realidade é que apenas vai aumentar o endividamento das famílias e a instabilidade do sistema financeiro. Mas quem se importa com isso quando se pode ter uma casa nova para mostrar aos amigos?
Além disso, esta medida também vai beneficiar os bancos, que poderão emprestar mais dinheiro e cobrar juros mais altos. Afinal, quem precisa de um sistema financeiro estável quando se pode ter lucros astronómicos?
No final do dia, o que realmente importa é que todos possam ter acesso a uma casa própria, mesmo que isso signifique sacrificar a estabilidade financeira e aumentar o risco de uma nova crise económica. Afinal, quem precisa de bom senso quando se pode ter uma casa para chamar de sua?
Assim, o Banco de Portugal mostra mais uma vez o seu talento para a comédia, ao propor medidas que parecem saídas de um sketch de stand-up. Resta-nos esperar que esta piada não tenha um final trágico e que os portugueses não sejam os únicos a pagar a conta.